Orgulho porque como já dissemos antes, ao
longo desses quase quatro anos de convivência em grupo muitas coisas
aconteceram: filho nasceu, casamento começou, casamento terminou, o samba
chamou, o dinheiro apertou, alguém deu um grito de independência e saiu da casa
dos pais, a vida seguiu seu curso urgente. E, apesar disso tudo, o amor pelo
Teatro faz com que essa Engrenagem continue se movendo.
E
a forma que escolhemos para voltar foi a mais bonita: retomamos nossa pesquisa
com o Transversal do Tempo, da Elis Regina (http://ciaengrenagem.blogspot.com.br/search?updated-max=2008-12-15T18:34:00-02:00&max-results=7&start=14&by-date=false),
e assim surgiu o espetáculo teatral TRANSVERSAL DO TEMPO.
Não
poderíamos usar outro nome, senão esse. Um nome que também nos define e define
nossa proposta.
O espetáculo teatral Transversal
do Tempo teve como fonte de inspiração as músicas que compõem o disco
homônimo da cantora Elis Regina (1945-1982). Trabalhamos a intertextualidade
das letras, tendo como base nossa vivência de grupo, nossas referências –
teatrais, cinematográficas e literárias – e experiências como pessoas atuantes em
sociedade. Preferimos trabalhar a atmosfera do disco/show
relatada por Elis: a claustrofobia, as angústias, as escolhas (ou a falta das
mesmas), o humor cáustico e corrosivo proveniente dos dias que vivemos. E
assim levar a público nosso trabalho e as coisas que nos são tão caras.
Explorando o limite do real e da ficção. Emprestando da gente aos personagens.
Misturando um pouco de nossas histórias com as histórias de terceiros,
amparados pela força da ficção – que se impôs soberana durante todo processo.
Pretendemos
contar uma história vibrante na qual o público se reconheça e reflita (ou
repense) o seu papel na sociedade, do indivíduo ao coletivo. Queremos, com essa
montagem, homenagear todos os artistas, grupos e companhias teatrais que lutam
diariamente e com muita dificuldade para manter e propagar a sua arte; queremos
celebrar também a memória da cantora Elis Regina, que partiu há 30 anos, mas
nos deixou uma obra riquíssima, cuja atemporalidade nos permite colher seus
frutos e que, de alguma forma metafísica, permite com que lhe digamos o seu
gosto; e, por fim, agradecer ao Teatro (com T maiúsculo, todo substantivo
próprio, com Tesão mesmo), que foi o que nos moveu até aqui.
O espetáculo teatral Transversal
do Tempo acontece em época indefinida. Regidos pelo caos, três amigos
compartilham sonhos e angústias, em uma tentativa involuntária de dar alguma
particularidade a um mundo cada vez mais genérico.
Guta (Cristina Froment) é artista plástica. Vem de uma família pobre e não
se conforma com injustiça social. Denuncia o mundo cão em suas exposições,
retratando os marginalizados. Paralelamente, está trabalhando o projeto
“Legendas”. É uma mulher independente, prática e sem tempo para acreditar em
grandes amores; Dudu (Daniel Carrarini) é jornalista e crítico de
cinema. Trabalha como freelancer. Homossexual, tem questões com o pai militar
que não sabe da sua orientação sexual. Perto dos amigos, Dudu fica mais
afetado, sarcástico e sensível. Envolveu-se com um homem casado e tudo o que quer
da vida é encontrar um companheiro; Téo (Rodrigo Abrahão) é professor de
Literatura. Foi pai muito jovem e tem um filho de 14 anos, Inácio. Foi
apaixonado por Paula, que não teve coragem de largar o marido para ficar com
ele. O grande objetivo de Téo é recuperar o afeto de Inácio.
A sala de
um apartamento, onde se encontram os três personagens, é o cenário de Transversal
do Tempo. Nesse lugar, repleto de livros, discos e garrafas, ocorre toda a
ação dramática do espetáculo. As discussões, os embates, a visão de mundo e as
demonstrações de amor fraterno unem essas pessoas nesse pequeno espaço, onde os
amigos sentem-se seguros e permitem-se tudo que o cotidiano lhes priva:
confidências, ingenuidade, jogos e afetos pertinentes a uma nova geração de
pessoas que passaram da casa dos 30 anos e que têm muito a dizer e fazer.
Antes da atual estreia, o espetáculo foi apresentado como work in progress (uma espécie de ensaio aberto) durante a Off-Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) no ano passado. Também em 2012, novos ensaios abertos foram apresentados no Empório Almir França, no Rio de Janeiro.
FICHA TÉCNICA
Texto: Rodrigo Abrahão
Direção: Rogério Garcia
Elenco: Cristina Froment, Daniel Carrarini e Rodrigo Abrahão
Cenário e figurino: Almir França
Iluminação: Pablo Rodrigues
Trilha Sonora: Rodrigo Gondim e Cia Engrenagem
Fotografia: Cristina Froment e Hugo Gonçalves
Produção: Bia Pimenta e Cia. Engrenagem
SERVIÇO
Espetáculo TRANSVERSAL DO TEMPO
Estreia: 11 de Janeiro
Temporada: de 11 de Janeiro a 24 de Fevereiro
Pausa no Carnaval: não haverá espetáculo no período de 8 a 17 de Fevereiro
Local: Teatro Municipal Ziembinski
Endereço e telefone: Rua Heitor Beltrão, s/n° - Tijuca; (21) 2254-5399
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 75 minutos
Lotação: 132 lugares
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia entrada)
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