domingo, 5 de julho de 2009

Vem aí... CON$UMADO

"Consumo: Ato ou efeito de consumir, consumação, gasto, dispêndio. Venda de mercadorias. Função da vida econômica que consiste na utilização direta das riquezas produzidas.
Consumado:
Que se consumou, acabado, terminado, realizado, Irremediável: Fato consumado.
Consumido:
Utilizado para satisfação de necessidades ou desejos. Desgastado, corroído, destruído.
Já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias e os bens simbólicos que nos revestem e cercam determinam um valor social. Desprovidos deles, estamos condenados ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão. Quanto vale um paraíso descartável???
A felicidade comprada é efêmera! Até que se compre o próximo lote."

Estamos há um longo tempo sem postar, devido a um convite que recebemos (diga-se de passagem com muita surpresa e de muito bom grado!) para subirmos aos palcos da cidade. A princípio, não era ideia da Engrenagem estreiar, pois ainda estamos em processo de pesquisas, investigações e experimentações de linguagens. Mas já com um trabalho em andamento, surgido principalmente das nossas pesquisas da Ditadura do Consumo, eis que surge nossa primeira temporada, com CON$UMADO.

Como exposto aqui no blog, em nossas pesquisas deparamo-nos com Bertold Brecht, que utilizava a arte (concebida como resultado de um processo de criação coletiva) como uma arma de conscientização e politização. Isso nos fez pensar em nosso papel enquanto artista, nossa capacidade e postura criativa e artística perante as engrenagens do mundo das artes e até que ponto podemos (ou não) nos tornarmos mercadoria dentro do esquema capitalista da sociedade. Parte do resultado dessa pesquisa é o que iremos apresentar.

Trata-se de uma trilogia acerca do Capital, formada por três esquetes:

  • Cidadão Consumo

  • Quinze Minutos

  • Tudo Aquilo Que Eu Esperava
Em Cidadão Consumo, temos o Homem às voltas com seu cartão de crédito, uma espécie de melhor amigo moderno ou semi-deus, criando a falsa ilusão de que tem o poder está em suas mãos. É possível refletir sobre quanto o capital leva aquele personagem ao escapismo, a fuga da realidade, a uma outra percepção dessa: uma realidade distorcida. Ele é vítima da Ditadura do Consumo, mas também uma cria da sociedade Capitalista.

Ambientado num Call Center, Quinze Minutos traz à cena os atrapalhados operadores de telemarketing Anderson e Mônica. Nesse esquete, está de volta o cartão de crédito, mas dessa vez não na mão de um homem, mas figurando como a empresa Mastercruzes, afiliada da Credocard. Vítimas de um sistema opressor de trabalho, onde a exploração do trabalho em prol do lucro do capital é clara, eles só querem pleitear melhores condições de trabalho: alguns minutos a mais em seus míseros quinze minutos de almoço!

O questionamento que envolve o ser humano acerca de sua vida é o foco principal do esquete Tudo aquilo que eu esperava. A ação se passa em um lugar inusitado: o “limbo”. E é neste lugar insólito e desconhecido que dois também desconhecidos se encontram. Nelson, um playboy moderno e milionário, cuja causa mortis foi a descoberta de ter uma vida sem miséria com tantos miseráveis ao seu redor e que o mundo é uma grande bolota de injustiça e hipocrisia. Plínio, por sua vez, é um cara honesto, trabalhador, de vida dura, que está passando por um dos piores dias de sua vida, tanto pessoal quanto profissional, e que acredita que a riqueza material poderia fazê-lo mais feliz. O encontro dos dois se dá quando Nelson pula da janela do oitavo andar de seu prédio e cai justamente em cima de Plínio.

Aguardem as novidades, em BREVE!!!!

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